O tratamento inicial para a artrose de quadril, salvo algumas exceções, deve ser não cirúrgico. As medidas de tratamento conservador envolvem, entre outras, mudança de hábitos de vida como:
Quando os sintomas de dor e limitação de mobilidade começarem a influenciar a qualidade de vida ou mesmo puder atrapalhar as atividades da vida diária, como andar, subir escadas, calçar meia e calçados, sentar-se por longos períodos, a cirurgia deve ser considerada.
Estudos sugerem que a cirurgia de prótese dura, em média, 15 anos. Porém, deve-se ter em mente que diversos fatores podem influenciar na maior ou menor durabilidade da prótese, como o nível de atividade física do paciente, peso corporal, tipo de atividade laboral, tipo de prótese, entre outros.
A prótese de quadril é composta por quatro componentes, a saber: haste femoral, cabeça femoral, liner acetabular e cúpula acetabular.
O par tribológico “cabeça femoral x liner acetabular” tem influência preponderante na durabilidade da prótese. Atualmente existem cabeças de metal ou cerâmica e liner acetabular de polietileno (convencional ou cross-linked), cerâmica e metal. A escolha da combinação protética (par tribológico) depende de inúmeros fatores, entre eles, idade do paciente, expectativa de vida, nível de atividade física, além da preferência e experiência do cirurgião.
Existem diversas vias de acesso pela quais o cirurgião pode acessar a articulação do quadril e realizar a implantação da prótese. Dentre essas, a via posterior é a mais utilizada. O tamanho da via depende do tamanho do paciente e das dificuldades técnicas que possam surgir de acordo com a gravidade de cada caso.
Recentes aprimoramentos na técnica cirúrgica permitiram a implantação da prótese por menores incisões, como a “mini via posterior” e a via anterior. Tais aprimoramentos visam uma cirurgia com menor dano tecidual além de permitir, teoricamente, uma reabilitação mais acelerada. Porém a via de acesso de escolha do cirurgião deve ser a que ele esteja mais familiarizado, a fim de permitir a implantação adequada e segura da prótese.
A escolha cabe ao anestesista, em consenso com o cirurgião, de acordo com as características de cada paciente. Todo paciente que será submetido a uma cirurgia eletiva de Artroplastia Total de Quadril é previamente avaliado em consulta pré-operatória por um médico anestesista. Atualmente a tendência é pela combinação da anestesia geral (que permite conforto ao paciente durante a cirurgia) com a raquianestesia (que permite melhor controle da dor no pós-operatório imediato).
O período de internação varia de 01 a 03 dias. Ele depende de fatores como idade, doenças pré-existentes, nível de atividade física antes da cirurgia. Tais fatores interferem na velocidade da reabilitação fisioterápica logo após a cirurgia.
A maioria dos pacientes conseguem retomar suas atividades cotidianas em seis semanas (média de 6 a 12 semanas) após a cirurgia. A reabilitação pós-operatória visa retirar o paciente da cama e iniciar caminhadas já no 1º dia após a cirurgia. O objetivo principal da reabilitação precoce é diminuir o risco de complicações como trombose e pneumonia.
O andador (ou as muletas) são usados por período de tempo variável, de acordo com a evolução do paciente na reabilitação.
A Artroplastia Total de Quadril apresenta uma taxa de aproximadamente 95% de bons resultados, com índice global de complicações variando de 1 até 5% dos casos.
Infecção (1 a 2% dos casos) exige, além de cirurgias para troca dos componentes da prótese, períodos prolongados de uso de antibióticos. A trombose é uma complicação temida devido às suas potenciais (embora raras) complicações, como embolia pulmonar e infarto agudo do miocárdio. O uso de medicação anticoagulante (“afinadores do sangue”) no pós-operatório é fundamental para diminuir o risco de tal complicação. O desgaste dos componentes da prótese e a soltura são complicações esperadas a longo prazo, tendo em vista que, como dito anteriormente, a prótese de quadril tem tempo de durabilidade e que este é variável. Deslocamento da prótese e diferença no comprimento das pernas são outras complicações menos comuns.
Fonte: https://hipknee.aahks.org/total-hip-replacement/
3 Comentários
Informacoes bem esclarecedoras
O que acontece quando termina a validade da prótese????
Tenho prótese total nas 2 pernas. Fiz tudo direitinho e as pernas não apresentam nenhuma diferença.
Estava com oeoporose e não sabia qdo cai a 1a vez. Hj tenho osteopenia sob controle e minhas próteses 1 e de tirando, polietelino e cerâmica e a outra de tirando total. A 1 tem 13 anos e a 2a 11 anos. Sinto-me como se não tivesse estas próteses. Muito bem. Só da p perceber na piscina ou Praia pq as cicatrizes são laterais e bem grandes.
A prótese não tem prazo de validade. Na realidade, com o passar dos anos (e este tempo varia de pessoa para pessoa) ocorre o desgaste das superfícies de revestimento da prótese, devido ao atrito ocasionado pela movimentação normal e contínua do Quadril. Esse desgaste da prótese causa soltura dos seus componentes e, uma vez que a prótese se solte do osso, o paciente começa a sentir dor.