O tratamento das lesões do Quadril relacionadas à prática de atividades físicas se encontra em constante evolução. O número de pacientes tratados de forma cirúrgica através da Artroscopia de Quadril cresceu exponencialmente nas últimas duas décadas graças, em parte, ao avanço do conhecimento sobre os mecanismos de lesão dentro do campo da Medicina Esportiva.

Anatomia do Quadril

Atualmente, a principal indicação para artroscopia de quadril é a Síndrome do Impacto Femoroacetabular. A doença afeta, principalmente, mulheres ao redor dos 40 anos e homens ao redor dos 20-30 anos de idade. A síndrome caracteriza-se por alteração do formato do quadril e consequente contato inadequado entre o colo do fêmur e o acetábulo, o que gera lesão do lábio (Labrum) acetabular e da cartilagem articular.

Recentes estudos relatam taxas de retorno ao esporte de aproximadamente 80 a 90% dos casos operados. Entre os fatores que podem influenciar negativamente no resultado da cirurgia e no índice de retorno ao esporte após a Artroscopia de Quadril estão: 1) tempo decorrido entre a lesão e a cirurgia superior a 18 meses; 2) presença de determinadas alterações radiográficas, entre elas: cistos subcondrais, osteófitos, diminuição do espaço articular (indicam lesão em estágio avançado); 3) índice de massa corporal elevado (IMC>30) [IMC= Peso(kg)/Altura²(m²)]; entre outros.

Alterações no formato do quadril. À esquerda, o Impacto Femoroacetabular tipo PINCER; à direita, o Impacto tipo CAME.

A reabilitação adequada também é de suma importância para o retorno à prática esportiva. Os protocolos de fisioterapia existentes devem ser adaptados/individualizados para cada paciente e para cada tipo de procedimento cirúrgico realizado, além de observar o tempo necessário para recuperação da força muscular, da agilidade, da propriocepção/coordenação e dos movimentos específicos para cada tipo de esporte.