Diversas condições de saúde podem afetar o resultado de um procedimento cirúrgico em Ortopedia. A avaliação pré-operatória é fundamental, em especial na presença de doenças crônicas, como o Diabetes e a Hipertensão. A melhora do condicionamento físico e da força do paciente antes da cirurgia, quando possível, também auxiliam durante o período de recuperação pós-operatória.
Manejo de doenças específicas
Diabetes Mellitus
O Diabetes pode, quando mal controlado, levar a complicações como retardo da cicatrização de feridas, aumento do risco de infecção, além de problemas renais e cardíacos.
O tratamento deve ser otimizado pelo Endocrinologista assistente do paciente, visando diminuir o risco de tais complicações.
Uso de medicações opióides
O uso contínuo de analgésicos opióides previamente à cirurgia (Tramadol, Codeína, Morfina e seus derivados) pode levar a dificuldades no controle da dor após o procedimento cirúrgico.
Nestes casos, a avaliação de um especialista em Medicina da Dor pode ser útil na tentativa de substituição de tais medicamentos.
Doenças Circulatórias
A falta de mobilidade no período pós-operatório pode aumentar o risco da formação de coágulos nas veias das pernas (Trombose). Os sintomas incluem dor e inchaço nas pernas. A trombose pode, em raros casos, evoluir com a migração destes coágulos para outros órgãos, como o pulmão (Embolia Pulmonar).
A história pregressa de doenças vasculares ou trombose, apresentadas pelo paciente, deve ser investigada. Medicações anticoagulantes e meias de compressão podem ser usadas, dependendo do tipo de cirurgia ortopédica que será realizada.
Hipertensão
O tratamento inadequado da pressão alta pode retardar a realização da cirurgia devido ao elevado risco de complicações. A avaliação do Cardiologista é fundamental, particularmente em indivíduos acima dos 50 anos ou naqueles que possuam histórico de doenças cardíacas abaixo dessa idade.
Tabagismo
Os fumantes têm maior risco de complicações pós-cirúrgicas graves como infecção, pneumonia, Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Encefálico (derrame).
O cigarro pode retardar a cicatrização de tecidos em cirurgias ortopédicas (reparos de tendões, fixação de fraturas e as cirurgias de próteses).
Obesidade
Fator de risco para complicações como infecção, trombose, infarto, entre outras. A perda de peso, em especial em cirurgia de Prótese Ortopédica (Prótese de Quadril e Joelho), deve ser estimulada pois, além de diminuir a chance de complicações, pode aumentar a durabilidade da prótese.
Descondicionamento físico
O indivíduo com patologias ortopédicas tende a diminuir ou até mesmo cessar a prática de atividades físicas devido a dor. Um trabalho de condicionamento físico individualizado, adaptado à patologia do paciente, com auxílio de um fisioterapeuta e de um educador físico, pode acelerar a recuperação após a cirurgia.
Depressão
Pacientes com histórico de depressão devem procurar tratamento especializado antes de qualquer procedimento cirúrgico. Essa comorbidade pode levar ao aumento da necessidade de medicações opióides no período pós-operatório, dificultar o controle da dor e lentificar o período de recuperação.
Distúrbios neurológicos
Doenças como Alzheimer, Parkinson e Acidente Vascular Encefálico podem dificultar a reabilitação devido à dificuldade de deambulação e ao aumento do risco de quedas.
A presença de um familiar ou um cuidador auxilia o paciente recém-operado na locomoção e o protege de complicações associadas a quedas.
O médico assistente irá solicitar que o paciente seja avaliado por Anestesista (consulta pré-anestésica), além de outras especialidades médicas, a depender de cada caso.
Dr Anderson Luiz de Oliveira
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ)
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE)
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE)