Prótese de Quadril

A cirurgia de Prótese de Quadril é, sabidamente, uma das que mais trás satisfação ao paciente dentro de toda a Medicina. Reservada para os casos de Artrose do Quadril (primária ou secundária a doenças como Impacto FemoroacetabularDisplasia do QuadrilNecrose da Cabeça do Fêmur, Artrite Reumatóide, Artrite Pós-Traumática, entre outras) que não tiveram melhora com o tratamento não cirúrgico, a cirurgia de Prótese de Quadril tem índice de resultados bons a excelentes em 95 a 98% dos casos operados (de acordo com inúmeros estudos científicos).

A seguir, vídeo ilustrativo sobre a técnica cirúrgica.

Prótese de Quadril: Perguntas mais Frequentes

  • Quando devo operar meu quadril?

O tratamento inicial para a artrose de quadril, salvo algumas exceções, deve ser não cirúrgico. As medidas de tratamento conservador envolvem, entre outras, mudança de hábitos de vida como:

  • perda de peso quando necessário;
  • suspensão das atividades que causam dor;
  • medicações analgésicas e condroprotetores;
  • fisioterapia;

atividade física específica para melhora da força muscular e flexibilidade.

 

 

Quando os sintomas de dor e limitação de mobilidade começarem a influenciar a qualidade de vida ou mesmo puder atrapalhar as atividades da vida diária, como andar, subir escadas, calçar meia e calçados, sentar-se por longos períodos, a cirurgia deve ser considerada.

  • Quanto tempo dura a prótese?

Estudos sugerem que a cirurgia de prótese dura, em média, 15 anos. Porém, deve-se ter em mente que diversos fatores podem influenciar na maior ou menor durabilidade da prótese, como o nível de atividade física do paciente, peso corporal, tipo de atividade laboral, tipo de prótese, entre outros.

  • Quais tipos de prótese existem?

A prótese de quadril é composta por quatro componentes, a saber: haste femoral, cabeça femoral, liner acetabular e cúpula acetabular.

 

 

O par tribológico “cabeça femoral x liner acetabular” tem influência preponderante na durabilidade da prótese. Atualmente existem cabeças de metal ou cerâmica e liner acetabular de polietileno (convencional ou cross-linked), cerâmica e metal. A escolha da combinação protética (par tribológico) depende de inúmeros fatores, entre eles, idade do paciente, expectativa de vida, nível de atividade física, além da preferência e experiência do cirurgião.

  • Qual o tamanho da incisão?

Existem diversas vias de acesso pela quais o cirurgião pode acessar a articulação do quadril e realizar a implantação da prótese. Dentre essas,  a via posterior é a mais  utilizada. O tamanho da via depende do tamanho do paciente e das dificuldades técnicas que possam surgir de acordo com a gravidade de cada caso.

Recentes aprimoramentos na técnica cirúrgica permitiram a implantação da prótese por menores incisões, como a “mini via posterior” e a via anterior. Tais aprimoramentos visam uma cirurgia com menor dano tecidual além de permitir, teoricamente, uma reabilitação mais acelerada. Porém a via de acesso de escolha do cirurgião deve ser a que ele esteja mais familiarizado, a fim de permitir a implantação adequada e segura da prótese.

 

 

  • Qual anestesia é usada?

A escolha cabe ao anestesista, em consenso com o cirurgião, de acordo com as características de cada paciente. Todo paciente que será submetido a uma cirurgia eletiva de Artroplastia Total de Quadril é previamente avaliado em consulta pré-operatória por um médico anestesista. Atualmente a tendência é pela combinação da anestesia geral (que permite conforto ao paciente durante a cirurgia) com a raquianestesia (que permite melhor controle da dor no pós-operatório imediato).

  • Quanto tempo vou ficar internado no hospital?

O período de internação varia de 01 a 03 dias. Ele depende de fatores como idade, doenças pré-existentes, nível de atividade física antes da cirurgia. Tais fatores interferem na velocidade da reabilitação fisioterápica logo após a cirurgia.

  • Quando posso retomar as minhas atividades?

A maioria dos pacientes conseguem retomar suas atividades cotidianas em seis semanas (média de 6 a 12 semanas) após a cirurgia. A reabilitação pós-operatória visa retirar o paciente da cama e iniciar caminhadas já no 1º dia após a cirurgia. O objetivo principal da reabilitação precoce é diminuir o risco de complicações como trombose e pneumonia.

O andador (ou as muletas) são usados por período de tempo variável, de acordo com a evolução do paciente na reabilitação.

  • Dirigir: em média 04 a 06 semanas após a cirurgia, quando o paciente estiver andando sem auxílio de andador ou muletas, e sem mancar ao caminhar.
  • Retorno ao trabalho: depende do tipo de trabalho. O tempo pode variar de 04 a 06 semanas para atividades menos demandantes (escritório, por exemplo) até 03 meses, no caso de trabalho que envolva carregar peso ou andar.
  • A cirurgia tem riscos?

A Artroplastia Total de Quadril apresenta uma taxa de aproximadamente 95% de bons resultados, com índice global de complicações variando de 1 até 5% dos casos.

Infecção (1 a 2% dos casos) exige, além de cirurgias para troca dos componentes da prótese, períodos prolongados de uso de antibióticos. A trombose é uma complicação temida devido às suas potenciais (embora raras) complicações, como embolia pulmonar e infarto agudo do miocárdio. O uso de medicação anticoagulante (“afinadores do sangue”) no pós-operatório é fundamental para diminuir o risco de tal complicação. O desgaste dos componentes da prótese e a soltura são complicações esperadas a longo prazo, tendo em vista que, como dito anteriormente, a prótese de quadril tem tempo de durabilidade e que este é variável. Deslocamento da prótese e diferença no comprimento das pernas são outras complicações menos comuns.

Fonte: https://hipknee.aahks.org/total-hip-replacement/

Recomendações para pacientes com Prótese de Quadril

A reabilitação após cirurgia de artroplastia de quadril é de suma importância para o breve retorno às atividades do dia a dia.

A alta hospitalar demanda do paciente a capacidade de realizar determinadas funções como andar com auxílio de andador ou muletas, subir e descer da cama sem ajuda e ser capaz de utilizar o banheiro. Além disso, o controle da dor é imperativo para a alta do paciente. Caso o paciente não consiga realizar tais tarefas, é interessante a presença de um cuidador(a) para auxílio da família nos cuidados de rotina.

Ao deixar o hospital, o paciente é orientado sobre as possíveis complicações, entre elas infecção e trombose venosa, e a procurar atendimento urgente no caso dos seguintes sintomas:

  1. Infecção: febre, calafrios, piora da dor no local da cirurgia, vermelhidão ao redor da incisão cirúrgica, além da saída de secreção pela ferida cirúrgica.
  2. Trombose: dor na panturrilha ou na coxa (distante da incisão), dor no peito, falta de ar.

Após a colocação da prótese de quadril, o paciente irá necessitar, ao menos nas primeiras semanas, da ajuda de terceiros (família e/ou cuidador) para as tarefas de casa.

Retirar objetos do caminho previne quedas e ajuda o paciente a se locomover com o andador/muletas. Outras medidas auxiliares incluem: assentos mais altos (cadeiras, vaso sanitário) para não elevar o quadril acima da altura do joelho, além de cadeira de banho e barras de segurança no banheiro.

Retorno às atividades do dia a dia

Andar: o tempo de utilização do andador/muletas depende do tipo de prótese e do retorno da força normal do paciente; o médico e o fisioterapeuta orientam o paciente durante o processo de retirada dos instrumentos de auxílio na marcha;

Dirigir: demanda reflexos e força normais, além de ausência de dor;

Retorno ao trabalho: depende do tipo de trabalho (se a atividade laboral demanda esforço físico ou não);

Atividades físicas: a fisioterapia deve ser mantida até recuperação total da força muscular e equilíbrio. Caminhadas são permitidas, preferencialmente em terrenos planos e regulares. Os exercícios de força e equilíbrio realizados na fisioterapia devem ser continuados, quer em domicílio ou em academia. Outros esportes de baixo impacto que são permitidos incluem: natação, ciclismo (cuidado com quedas), tênis (preferencialmente em duplas), golfe.

Precauções:

 

1. Não cruzar as pernas ao sentar-se, nas primeiras 6 a 8 semanas (a depender do tipo de técnica cirúrgica utilizada pelo médico);

2. Não elevar o joelho acima da altura do quadril;

3. Utilizar um banco sob o pé para secar o mesmo após o banho (ou para calçar meia e sapato).

4. Não inclinar o tronco para frente ao sentar-se;

5. Se estiver sentado, não pegar objetos no chão;

6. Não flexionar o quadril acima de 90º ao agachar (se for necessário pegar um objeto no chão, dobrar a perna não operada, mantendo a perna operada esticada);

 

 

7. Não girar a perna ao entrar ou sair do carro;

8. Utilizar primeiro a perna operada ao se ajoelhar;

9. Para subir e descer escadas: subir utilizando primeiro a perna não operada (‘‘perna boa’’) e depois subir a perna operada. Para descer, é o contrário: a perna operada desce primeiro e, posteriormente, a perna boa;

As recomendações anteriormente citadas diminuem o risco de complicações, em especial a luxação (deslocamento) da prótese (em caso de posição inadequada da perna operada) e fraturas ao redor da prótese de quadril (em caso de queda).